Esses dias uma amiga me perguntou quanto tempo o Brasil precisava para chegar a um nível pelo menos aceitável de corrupção. Isto é, algumas maças podres entre as boas, não o inverso.
Geralmente o brasileiro, e quero deixar claro que todas as vezes que eu usar a expressão "o brasileiro", me refiro grande maioria da população, tem o vício de colocar a culpa nos políticos quando questionados sobre a situação do país. Se esse fosse o problema eu falaria aqui que a solução era simples: ir lá, matar tudo e substituir. No entanto o problema vai muito mais além. Os substitutos seriam corruptos da mesma forma, pois o brasileiro é culturalmente desonesto.
Seja no trabalho, em notícias ou numa simples partida de futebol entre amigos, é freqüente nos depararmos com situações nas quais “o tirar vantagem” acontece com naturalidade. Incontáveis vezes presenciei colegas tentando ganhar uma lateral no jogo em lances que está claro que foi ele o último a tocar na bola, mas que, pra ele, caso convencer a maioria que o adversário tocou por último, estará tudo bem. Mesmo que o acusado saiba a verdade. É o típico caso do sujeito que sequer é incomodado por uma consciência - quase que totalmente depreciada - ao prejudicar o outro para se sair bem.
Como notícia, vou citar apenas uma dessa semana.
Esses crimes foram realizados por pessoas comuns. Não estamos em uma espécie de mensalão da vida. São brasileiros diante de uma falha no sistema, que contudo, mesmo estando conscientes da prática criminosa, tiram o máximo de proveito possível, mesmo que sejam migalhas, o que torna o ato mais vil ainda. O que não percebem é que estão a prejudicar as pessoas que convivem todos os dias, amigos, familiares, filhos, eu, você, ele e etc. Isso nada mais é que um circulo vicioso, um câncer social.
Por este motivo a consciência social torna-se algo podre, basta ter em mente a simples ideia de que, para perceber que está a fazer algo ilícito ou prejudicial, precisa ter consigo a ideia de "crime", nos mostrando assim uma absoluta ignorância e egoísmo, pois deixam de lado os mais ínfimos sentimentos de boa conduta, como respeito, tolerância, honestidade, benevolência e qualquer migalha de sabedoria que possa existir.
Gostamos (eu e meu brother) de expor uma simples e corriqueira atitude, que sempre serve como exemplo, "o papel no chão", situação simples e banal, mas que mostra a fundo o grau de evolução de uma sociedade. Existem n motivos que permitem uma pessoa executar essa ação e em milésimos de segundos esquecer que aquilo existiu, como: "pago impostos para isso", ou, "se eu não jogar os garis não terão emprego", ou," não existem lixeiras", ou que no meio fio existe um portal dimencional que faz essas coisas desaparecerem, ou, voltam a estrutura molecular básica deles, talvez adubo sei lá. Até os animais tem essa percepção, é um absurdo, o gato por exemplo, o simples fato de que algo que ele fez, que por sua natureza simples é considerado prejudicial, ele procura de todas as formas desaparecer com aquilo, uma vez que pode contaminar seu ambiente, é magnifico? Sim, para nossa sociedade sim, se existisse uma sociedade de gatos eles seriam mais civilizados talvez, ou algo do tipo. Não estou sendo sarcástico, isso é fato ok. Só para saberem tenho uma gata que usa vaso sanitário, tenho provas disso, podemos concluir que eles estão evoluindo, mesmo sendo irracionais, o que os torna melhores.
E mais. Não é raro explicações ou pensamentos apaziguadores como:
“_Ah, mas foi só 0,50 centavos”;
“_Ah, mas ele tem um monte de dinheiro. Nem vai fazer falta.”
“_Ah, mas tão roubando um monte. Agora que tenho a chance vou pegar minha parte”.
Vão se foder! Essas são desculpas usadas para reeducar a consciência. Pra abafar qualquer sentimento de culpa.
Fique claro uma coisa. Roubo é roubo. NÃO importa a proporção. O ato não é melhor ou pior de acordo com as partes ou quantias envolvidas. E não vamos nos concentrar apenas em posses. Importante lembrar que nesse post me refiro sempre a todo ato antiético.
Então a solução seria que de imediato fosse implementada uma total reforma no sistema educacional, inserindo em TODOS os anos letivos a disciplina “Ética”. Sendo que ela fosse abordada desde o ensino fundamental até o fim do ensino superior visando cobrir ao máximo situações das mais corriqueiras às mais complexas. Lógico que levando em consideração a idade, etc. Seja ensinado uma criança que não se deve passar na frente do “amiguinho”, jogar papel no chão, maltratar animais ou não dar lugar aos mais velhos, ao manejo do dinheiro alheio. Tenho certeza que uma disciplina a mais, bem lecionada, pode mudar o Brasil.
Essa questão dos animais não quero ir a fundo nesse momento, deixando para um próximo tópico.
É claro que esse cenário, no Brasil, no qual pudesse ocorrer uma reforma educacional com investimentos significantes é totalmente “ficção científica”, por assim dizer. Mas supondo que, por um ato de “loucura”, todos os políticos decidissem realizar essa reforma a partir de hoje, acredito ficaria assim:
Mínimo de:
- 10 anos pra reforma atingir um nível produtivo;
- 20 a 25 anos para formar cidadãos honestos brasileiros
- 15 anos para que estes fizessem a diferença.
Total: de 45 a 50 anos.
Quer ser ético? Segue algumas dicas pessoais.
- Evite dever. Se não for possível, pague suas dívidas o quanto antes. Emprestou dinheiro e disse que ia pagar no dia seguinte e, por algum motivo, não pode pagar? Avise que não pode pagar no dia, que não se esqueceu da dívida e pagará no dia seguinte. Isso evita que qualquer tipo de desconforto.
- Respeite todos a sua volta. Seja educado.
- Escolha bem seus amigos. Não faça amizade com pessoas antiéticas. Elas estarão sempre minando seus pensamentos tentando transformar errado em certo.
- Seja ético. Honesto. Não tenha rabo preso. Não deva. Assim não hora de repreender ou denunciar você o faz tranquilamente.
- Não seja conivente com desonestidade.
- Seja grato a todos que fazem parte do seu aperfeiçoamento, seja professor ou amigo.
- Tente educar, mas não se desgaste com casos perdidos.
- Respeito seu meio. Plantas, insetos, animais. Você já foi um inseto? Então não fale que eles não sentem dor. Porra! “É só uma formiga!” Pelo mesmo a formiga não estupra o mundo como você.
A seguir segue uma contribuição de um autor anônimo um tanto quanto indignado. Esse texto não tem base técnica em pesquisas nem nada. Apenas seu jeito pessoal de ver a situação do Brasil.
"A meu ver podemos citar algumas situações dentro das classes econômicas em nosso país, que por ventura se refere à cultura e mentalidade de cada uma, são elas:
MISÉRIA
Em primeira mão temos as pessoas abaixo da classe pobre, "miséria", os quais são excluídos do mundo social. É terrível pensar em algo assim, mas infelizmente não são vistos (subconscientemente) como seres humanos, uma vez que se desviam deles o tempo todo como se fossem algo inanimado. Mas eles existem, mesmo não considerados socialmente, e têm um papel importantíssimo na contagem de votos, um voto fácil e muito barato, uma vez que essa massa pode ser enganada com promessas que se renovam a cada quatro anos, pior ainda, promessas que jamais precisarão ser levadas a sério, pois a cultura social dessas pessoas resume-se a pensar em como sobreviverão até amanhã e jamais terão forças para pensar em algo que não seja a própria sobrevivência. Jogue um pedaço de carne dentro de uma jaula, e coloque na porta um animal faminto, com certeza a necessidade de saciar o seu sofrimento o fará entrar sem pensar, pois ele não está em condições de pensar na possibilidade de conseguir algo de outra forma. Fica a ideia que, se a humildade, pobreza e sofrimento é o caminho dos céus, eles já estão lá a tempos, como brasileiro tenho que ver o lado bom de tudo certo?
POBRE
Essa classe recebe um carinho especial da politicagem, são chamados por estes de "o povo brasileiro" ou "meu povo brasileiro", essa situação de interesse pode ser apontada em diversos aspectos, dentre eles:
A quantidade é o carro chefe, pode afirmar que a classe pobre é o "povo brasileiro", é a cara do brasil, vista aqui e no exterior. É muito simples, nem deveria comentar, mas quanto mais gente mais voto, mais voto mais chance de ser eleito, e mais chance de se tornar um fdp mais rápido, mesmo que custe a dignidade de uma grande quantidade de pessoas.
A idéia supra, inevitavelmente leva ao item educação, que por sinal deveria estar como primeiro item deste tópico, mas a sua soma ao anterior cria a oportunidade de chegar a uma conclusão mais abrangente e consistente neste assunto. Pensemos filhodaputamente como políticos agora, acredito que fica mais divertido. É muito simples, mínimo de gasto e preocupação com o máximo de resultado, o famoso "custo benefício", "bom e barato", basta reparar desde as creches até o segundo grau completo é feito de tudo para manter o nível cultural que torne possível um direcionamento fácil aos seus interesses, atacando merendas, salário de professores e etc. Basta imaginar o sacrifício dos professores, fica impossível de ser um trabalho digno de luta, mesmo os que iniciam a carreira com idéias e princípios de mudança, são castigados com baixos salários e descaso absoluto, situações que leva ao esquecimento destes anseios e passam a trabalhar por dinheiro, jamais devem ser culpados por isso, mas não nos esquecemos dos heróis que mesmo sob tais circunstancias ainda lutam com o fim de tentar mudar o futuro.
Para que seja atingido o fim maior, o padrão deve ser mantido, o padrão de vida dessa classe não deve ser alterado, nem deve descer para a classe miséria, uma vez que o interesse politico dessa aqui é menor, nem subir para a classe média, onde os votos passam a ser mais dispersos. Assim esse nível vai sendo controlado pelos auxílios e baixos salários.
Os auxílios incentivam o aumento de filhos, o que torna ainda mais vantajosa esta situação, pois mais filhos igual a mais votos, basta convencer um chefe de família para conseguir em média, mais de cinco votos. Deve-se ter em mente que isso gera um circulo vicioso, pois a tendencia de quem nasce aqui é permanecer aqui, sem deixar de lado as exceções é claro. Deve ater-se ao fato de que mesmo depois de conseguirem um emprego, as oportunidades de desenvolvimento continuam minimas, e para piorar, estarão trabalhando para sustentar suas famílias, uma vez que a falta de instrução leva à adquirem a qualidade de pais logo cedo, e o tempo que seria aplicado a estudos e qualificação não mais existirá. Para simplificar coloquemos assim:
criança pobre = pouca instrução = paternidade prematura = responsabilidade prematura = abandono de estudos + falta de incentivo = posição de conforto (indiretamente) = ambição = mais filhos = mais auxílios e voltamos a base criança pobre.
Em fim, são resumidos a compra de votos em maior quantidade, pois conseguem manter-se em uma qualidade de vida pequena, sustentada pelas diversas bolsas, e melhor, estão felizes com isso, pois acham que é dinheiro fácil. Mas são mais espertos que a classe anterior, suas memórias se resumem a todo final de mês. O prazer de receber algo de "graça" (presente do governo) todo mês, por incrível que pareça gera um efeito amnesia, e se esquecem de todo resto, todos as situações de necessidade e descaso que sofrem, talvez o que importante mesmo seja pagar a parcelinha da TV, pra ver novela e encher a cara de pinga nos finais de semana vendo o "melhor" futebol do mundo.
CLASSE MÉDIA
De "inteligência" notável, a classe media considera-se os mais ricos e com mais status de todos. Essa mentalidade é sustentada pelo fato de terem um carrinho na garagem, pagar um aluguel razoável, filhos em escola particular de médio porte, tirar umas férias na praia grande, comprar um vídeo game e etc.
Na verdade utilizam o pouco que conseguem para abafar o fato de estarem sendo enganados e roubados pelo governo. Acreditam que mostrar o que tem aos que não tem os elevem a um patamar de gloria e sucesso, já que conseguiram aquilo suado e o resto dos que não tem são vagabundos e acomodados por não terem isso.
Mas ai vem a parte interessante, pois estes são os melhores investidores do mundo, pagam e não exigem nada em troca. Patrocinam contentes as campanhas de nossos amados políticos, eles que pagam caro por terem algo a mais. Alguém precisa pagar as bolsas, certo? Se não forem eles, como vão comprar os votos? Quem vai bancar as campanhas milionárias?
Em suma, estes pagam absurdo de impostos, o que os torna melhores e espertos. Mas existe outro ponto de vista a respeito deles, subconscientemente eles sabem que se eles não pagassem toda à exorbitância destes impostos, eles não teriam do que se vangloriar, uma vez que não existindo isso, a classe menor, poderia de certa forma atingir uma fatia de seu prazer. Que situação poderia lhes dizer que são melhores e mais espertos nenhuma, pois as oportunidades estariam em igualdade. Então acho que não é de tudo perdido, eles sabem o que fazem.
CLASSE MÉDIA ALTA
É a classe anterior com um pouco mais de glamour, "pelo menos é o que pensam", pois conseguem além dos objetos necessários, alguns objetos de maior valor, como motos esportivas, carros zeros e por ai vai. Estão em menor quantidade, mas fazem o papel da classe anterior de certa forma. A diferença está que esses são os que se encontram encima do muro, pois não arriscam absolutamente nada, justamente pelo medo de perder a posição que atingiram, a curto ou a longo prazo, mas que vale muito em nosso pais, visto que também pagam absurdos para manterem bens que o governo considera supérfluo.
CLASSE ALTA
A classe alta faz parte de algo que está muito próximo aos nossos lideres, devido ao grande poder que possuem "dinheiro=poder". A politicagem aceitam suas condições sem pensar, uma vez que essa classe está em um número muito pequeno e possuem muito poder. A pergunta seria: porque bater de frente com um grande poder concentrado, não existe dispersão de idéias, os ideais são o mesmo, ter mais e mais. Outro fator importante é o nível de conhecimento e respaldo extremamente superiores à aqueles que nos governam, que mal precisam saber ler para governar. Os integrantes dessa classe conseguem tudo o que os favorece, sem fazer força alguma, sem protestos, sem greves nem nada, e consideram o resto do pais como meios para atingir seus objetivos, visto que a maior parte de seus investimentos já não estão no Brasil.
Autor anônimo